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Mostrando postagens de abril, 2015

Ode à mentira

Crueldades, prisões, perseguições, injustiças,  como sereis cruéis, como sereis injustas?  Quem torturais, quem perseguis,  quem esmagais vilmente em ferros que inventais,  apenas sendo vosso gemeria as dores  que ansiosamente ao vosso medo lembram  e ao vosso coração cardíaco constrangem.  Quem de vós morre, quem de por vós a vida  lhe vai sendo sugada a cada canto  dos gestos e palavras, nas esquinas  das ruas e dos montes e dos mares  da terra que marcais, matriculais, comprais,  vendeis, hipotecais, regais a sangue,  esses e os outros, que, de olhar à escuta  e de sorriso amargurado à beira de saber-vos,  vos contemplam como coisas óbvias,  fatais a vós que não a quem matais,  esses e os outros todos... - como sereis cruéis,  como sereis injustas, como sereis tão falsas?  Ferocidade, falsidade, injúria  são tudo quanto tendes, porque ainda é nosso  o coração que apavorado em vós soluça  a raiva ansiosa de esmagar as pedras  dessa encosta abrupta que desceis.  Ao fundo, a vida vos e